46 dias de Eduardo Bolsonaro em seu “exílio” nos EUA. Como está sendo?

Completando 46 dias nos Estados Unidos neste domingo (13), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) busca meios para se manter no país e seguir fazendo política. Ele decidiu permanecer nos EUA e tirar uma licença do mandato parlamentar na Câmara, alegando ser perseguido judicialmente. Pela regra, o deputado pode se licenciar por até quatro meses sem perder o mandato. Ele não definiu ainda, porém, o que fará ao fim desse período.

O deputado está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro. Ele viajou antes do Carnaval, sob o argumento de que foi para passar o evento “junto a um amigo e, de repente” não retornou mais para “casa”.

No dia 18 de março, Eduardo Bolsonaro anunciou que iria permanecer nos Estados Unidos, onde estava há quase vinte dias, realizando, na verdade, articulações com congressistas e autoridades norte-americanas contra autoridades brasileiras, como o ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele conta, na missão, com a ajuda do youtuber Paulo Figueiredo, que é brasileiro, mas mora nos EUA e atua como influenciador político da direita brasileira. Ele é neto do último presidente da ditadura militar, João Batista Figueiredo.

Já no dia 20 de março, o deputado entregou seu pedido de licença por 122 dias. Em uma conversa com o pai, Bolsonaro, ele alegou estar “exilado” nos EUA. O depuado, porém, não é alvo de mandados judiciais no Brasil.

A viagem de Eduardo Bolsonaro ocorreu em meio às denúncias contra seu pai, Jair Bolsonaro, por uma suposta tentativa de golpe para anular as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Licença de 122 dias

Eduardo Bolsonaro tirou uma licença no mandato parlamentar na Câmara, sob o argumento de que não iria se submeter ao “regime de exceção e aos seus truques sujos”. “Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, comentou nas redes sociais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acatou pedido de afastamento, em março. Em ofício, Eduardo Bolsonaro apresentou dois pedidos ao presidente da Casa Baixa. O primeiro deles, de licença para tratamento de saúde por dois dias, a partir do dia 20 de março.

O segundo pedido seria uma licença de 120 dias, a partir de sábado (22/03).

Eduardo Bolsonaro chegou a receber um salário integral no mês de março, de acordo com as informações da Câmara. Ele recebeu R$ 34.615,76. O valor leva em conta seu salário, de R$ 46.366,19, menos o desconto obrigatório para Imposto de Renda, de R$ 11.750,43.

Fonte: Metrópoles