Violência política no Brasil

Em Foz do Iguaçu petista é assassinado enquanto comemorava seu aniversário por suposto "bolsonarista" e em Diadema Lula elogia ex-vereador que em 2018 agrediu a um opositor durante uma manifestação, na capital paulista.

Violência política no Brasil
O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), comemorava seu aniversário de 50 anos quando teve a vida interrompida, já o empresário Carlos Alberto Bettoni, que foi agredido pelo ex-vereador Maninho do PT morreu em dezembro de 2021 de Covid-19. Desde que sofreu as agressões, em 2018, a vítima convivia com graves sequelas
Violência política no Brasil

Jorge José da Rocha Guaranho (acima), bolsonarista suspeito de matar guarda muncipial petista em Foz do Iguaçu 

Maninho do PT (abaixo) que agrediu e provocou traumatismo craniano em manifestante que fazia oposição a Lula.

A semana iniciou-se bastante tensa, e mais uma vez preocupante está o cenário político pré-eleição, pois no  decorrer destes  últimos dias os principais veículos de comunicação do país estamparam em suas páginas principais algumas matérias de sobre violencia ou de apologia a mesma partindo  de pessoas que estão de forma direta ou indireta ligadas e envolvidas em assuntos políticos, principalmente nestes últimos dias, até mesmo porque o país inteiro está vivendo sobre a grande expectativa, pois a partir do dia 16 de agosto começa oficialmente a corrida eleitoral para os cinco cargos em disputa neste ano de 2022 (depitado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente).

Por enquanto aqueles que pleiteiam algum cargo eletivo ainda são pré-candidatos, somente após as convenções partidárias previstas para acontecerem do dia 20 de julho ao dia 5 de agosto, onde os pré-candidatos passam a poder oficializar suas candidaturas para as eleições 2022.

Recentemente em uma matéria feita por mim e publicada neste veículo de comunicação, entitulada "Democracia em Crise",  eu fiz alguns comentários sobre a onda de violencia e instablidade política que se instalaram no Brasil a partir do ano de 2013, fazendo menção a alguns fatos e acontecimentos que chocaram o país e que de certa forma trouxeram instabilidade e insegurança, inclusive no que diz respeito a política e até mesmo a segurança nacional.

Não se passaram muitas dias após essa matéria jornalística e de repente o Brasil toma conhecimento que em uma madrugada de domingo do dia 10 de julho na cidade de Foz do Iguaçu-Paraná, um guarda municipal e um dos líderes do Partido dos Trabalhadores na cidade paranaense, foi morto a tiros enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos por um desconhecido que ficou incomodado com a temática da festa que homenageava  o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

É válido ressaltar que antes de cometer o assassinato o indivíduo que era desconhecido parou o seu carro em frente ao local onde estava acontecendo a festa que reunia uma média de 40 pessoas entre amigos e familiares e aos gritos começou a proferir ameaças. Gritando ele dizia " é Bolsonaro seus fdp...seus desgraçados... é o mito". Mas o assassino não para por aí, ele tira uma arma e aponta para as pessoas presentes naquela festa de aniversário, ainda dentro do carro. Mas o que ainda é pior é que ele estava acompanhado de uma mulher e um bebê.

Ele xingava os convidados da festa, chamava o Lula de desgraçado e esbravejava o nome de Bolsonaro. Disse que voltaria para matar todas as pessoas ali presentes e de fato ele voltou e tirou a vida do aniversariante, o guarda municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

Mais tarde, o assassino foi identificado como Jorge José da Rocha Guaranho agente penitenciário federal que também ficou gravemente ferido, pois antes de morrer Marcelo que era guarda municipal há 28 anos e militante do PT mesmo baleado revidou as agressões.

Todavia a história atual e recente da instabilidade política e insegurança democrática não por aí, até mesmo porque esperávamos das principais lideranças políticas que estão  pleiteando os principais cargos eletivos do país pelo ao menos nestes dias tão tensos para o país no mínimo um discurso mais pacífico, moderado e diplomático, mas o que vemos mesmo na realidade são farpas e indiretas ente eles, e neste contexto dá-se razão para alguns fanáticos e apaixonados sem equilíbrio mental e emocional entrar nessa grande onda de rispas e violência, uma vez que por causa da defesa incoerente de uma determinada sigla ou bandeira pessoas se ferem e se agridem mutuamente, até mesmo a boa fé e a boa convivência  entre família e irmãos já não existem mais, devido a pensamentos e convicções políticas e filosóficas serem diferentes.

Para colocar mais lenha na fogueira no instante em que as coisas mais precisam ser apaziguadas, o ex-presidente e provável candidato a  presidência Lula agradece elogia e elogia publicamente  a um ex- vereador da cidade de Diadema, na Grande São Paulo, que foi denunciado e preso por tentativa de homicídio.

Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, foi preso em maio de 2018 após agressão a um manifestante contrário a Lula, em São Paulo-SP.

Lula inclusive chegou a dizer que tem uma dívida com Maninho e o filho dele por causa desse ato violento que aconteceu no mês de abril do ano de 2018, quando o então juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula, naquele momento manifestantes se reuniram na porta do Instituto Lula, em apoio ao ex-presidente que seria conduzido pela Polícia Federal e preso por "crime comum" na sede da instuição desta, em Curitiba.

Em abril de 2018 durante a manifestação, Maninho do PT empurrou o empresário Carlos Alberto Bettoni contra um caminhão, nesse lamentável episódio, Bettoni bateu a cabeça na carroceria do caminhão e sofreu um traumatismo craniano.

O ex- vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, que empurrou o empresário contra o caminhão queria segundo ele mesmo pedir perdão a vítima dessa grave agressão que o deixou com sequelas graves, mas o empresário Carlos Alberto Bettoni faleceu em 30 de dezembro do ano passado, aos 60 anos, em decorrência da Covid-19 e certamente também, devido as graves sequelas que a violência sofrida por ele em 2018 deixaram em seu corpo, Bettoni devido a isso já não podia mais trabalhar, uma vez que a violencia gerou consequencias graves para a sua saúde, ele passou a ter constantes crises convulsivas e sérias sequelas neurológicas e nervosas.

Por Renato Feitosa, jornalista, DRT N.°  0013454/DF