Caiado rebate Lula e aponta gestos de retaliação política
Diferente do que disse o presidente em visita a Goiânia na última semana, governador citou ausência de investimentos federais para obras importantes e ação para impedir empréstimo de R$ 770 milhões
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) cobrou, nesta terça-feira (10/9), promessas não cumpridas em Goiás pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esteve em Goiânia na última sexta (6/9), anunciou obras no Estado e declarou ter relação de civilidade e respeito com Caiado. O governador contestou e citou atos que, segundo ele, evidenciam comportamento de retaliação política por parte da gestão federal.
“O que eu espero é que aquilo que ele disse realmente possa se concretizar”, afirmou Caiado, citando como exemplo a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora). “Nunca recebemos nenhum centavo”, relatou.
Em evento na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para anunciar o programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) voltado para produtores rurais, Caiado citou outras iniciativas que não receberam ajuda federal. Entre elas estão, além do Cora, o BRT entre Brasília e Luziânia e a construção de policlínicas e penitenciárias. “Nenhuma aconteceu até hoje”, reforçou.
Empréstimo barrado
Caiado também citou ato do Ministério da Economia que barrou empréstimo de R$ 770 milhões a ser contraído pelo Estado. Os recursos seriam destinados a obras de infraestrutura. “Fomos a Washington, conseguimos essa verba e ela foi vetada num viés única e exclusivamente ideológico, caracterizando um verdadeiro tiro político”, frisou. “É algo que, provavelmente, o presidente não deve estar sabendo”, alfinetou.
O governador ainda disse ver com “estranheza” o fato de o Estado ter sido preterido em outra ação da União. “As rodovias de fuga de Goiás foram excluídas do leilão das BRs que será feito agora”, denunciou. “São situações que têm me preocupado profundamente e que eu espero, sem dúvida nenhuma, uma resposta do presidente”, concluiu.