Chuva arrasta pontes, interdita estradas e deixa centenas de famílias ilhadas em cidades de Goiás
Municípios mais afetados foram: Cavalcante, Monte Alegre, Flores de Goiás e Niquelândia. Segundo a Prefeitura de Cavalcante, ao todo, 1 mil famílias estão com dificuldades de acesso.
Fortes chuvas arrastaram pontes e interditaram estradas da zona rural, deixando cerca de 400 famílias ilhadas e mais de 600 com dificuldades de acesso em cidades do nordeste de Goiás. Os maiores prejuízos foram registrados nos municípios de Flores de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Niquelândia e Cavalcante.
Imagens mostram como os rios da região ficaram cheios e algumas pessoas precisam arrastar carros em estradas de lamaçal . Os municípios informaram que departamentos de Defesa Civil estão dando assistência às famílias e trabalhando para que não ocorra incidentes.
“Ainda está chovendo bastante e cabeceiras de algumas pontes foram arrastadas. Temos uma pessoa desaparecida depois das chuvas. Estamos na luta para dar segurança às famílias das comunidades”, disse o prefeito de Cavalcante, Vilmar Souza Costa.
“Mais de 1 mil famílias estão com dificuldades de acesso. Estamos trabalhando para atender as comunidades que foram atingidas pelas chuvas. Precisamos tirá-las do isolamento e dos transtornos”, contou o prefeito de Flores de Goiás, Altran Lopes Nery.
À TV Anhanguera, a Prefeitura de Niquelândia disse que a Defesa Civil está de plantão e dará assistência a moradores que precisarem de socorro.
Em Flores, a situação é de alerta por causa da cheia do Rio Paranã, que já está o dobro do volume normal em apenas dois dias de chuvas, segundo a prefeitura. O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) informou que choveu 58 milímetros na cidade, o que era esperado para quatro dias.
“É um estado de alerta para o município, já que, com essa cota o rio começa a transbordar, os mananciais que estão próximos ao município também começam a transbordar porque não conseguem comportar tanta água em pouco tempo”, explica o gerente do Cimehgo, André Amorim.
O tenente do Corpo de Bombeiros Marcelo Cunha explica que a situação de Monte Alegre também é difícil, mas segue sendo controlada já que as chuvas diminuíram. Os militares também estão entregando cestas básicas para as famílias da região.
"As ações realizadas pelo estado e pelo Corpo de Bombeiros levaram quase mil cestas básicas somente para a região de Cavalcante, para garantir o básico à estas famílias, cobertores, colchões e filtros de barro também foram entregues. Barcos também estão sendo utilizados para travessia das pessoas", disse o tenente.
Alerta
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), emitiu um alerta para as chuvas acima da média nas regiões Centro, Norte e Nordeste de Goiás nos próximos dias. Conforme a pasta, os alertas são emitidos após relatórios do Cimehgo, que apontaram os mesmos riscos de inundações que aconteceram em 2021.
A Semad informou que o relatório indica que até o final de dezembro as chuvas tendem a ser intensas em todo o estado, mas os maiores alertas são para Água Fria de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Formosa, Hidrolina, Itapaci, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Nova Roma, Pilar de Goiás, São João d'Aliança, São Luiz do Norte, Teresina de Goiás e Uruaçu. Juntos, os municípios podem acumular até 700 milímetros de precipitação até o início de 2023.
Como orientação, a Semad informou que o Corpo de Bombeiros emitiu uma série de recomendações à população com medidas de prevenção e dicas sobre como agir em situações de risco causadas pelo mau tempo, como: desligar aparelhos elétricos, evitar áreas abertas e quem mora em área de risco deve avaliar as possibilidades de desabamentos.
A secretaria ainda finalizou dizendo que trabalha por meio dos prognósticos do Cimehgo. Já as ações emergenciais são de competência das prefeituras, defesas civis e Corpo de Bombeiros.
Moradores atravessam estrada alagada na zona rural de Flores de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Fonte: g1 Goiás.