Conversa entre amigas, incentiva a separação e destinação correta do lixo reciclável
Em Cavalcante, a ideia de três amigas empresárias, encontra parceria e muda o destino de parte do lixo da cidade
Que o mundo está caminhando por e para processos de degradação, nós já estamos sabendo há muito tempo, mas e se a gente não concorda com isso, como podemos agir? Quais ações podemos ter?
Em Cavalcante, município goiano localizado na Chapada dos Veadeiros, um grupo de amigos apostou em uma ideia sobre como cuidar de seus resíduos sólidos (lixo) e resolveu colocar em prática.
O Coletivo ReciclaCavalca surgiu a partir da necessidade e preocupação numa conversa entre três amigas que não queriam mais levar seu material (plástico, papelão, vidro e alumínio) para o lixão, local habitual de descarte dos resíduos e situação crítica no município.
Com essa necessidade, Manoela Maia, Gabriela Padula e Luciana Rodovalho resolveram se juntar, divulgar e chamar mais pessoas com a intenção de darem um destino diferente aos seus resíduos.
Em conversa com um dos representantes da RecicleAlto, uma Associação de reciclagem localizada em Alto Paraíso de Goiás, a 90km de Cavalcante, as amigas foram estudar mais sobre separação e acondicionamento dos resíduos e, assim, acabou surgindo uma parceria onde a associação cedeu ao coletivo, um total de 5 bags, enormes sacolas específicas para coleta de resíduos sólidos e elas ficaram responsáveis por aumentar a rede de apoiadores da causa.
Para que esse material chegue até Alto Paraíso, o grupo conta com a boa ação de proprietários de caminhonetes e carretinhas que cedem seu uso. Os participantes do coletivo rateiam entre si, através de uma mensalidade, o valor para custear o combustível e oferecer um lanche à pessoa que se disponibilizar a levar as bags cheias para a reciclagem.
Manoela Maia, idealizadora e líder do Coletivo ReciclaCavalca, diz que eles sabem que isso não é a melhor das soluções, mas é o que dá pra ser feito.
Em passos de formiguinhas, eles vão fazendo da sua parte, o melhor possível. A quantidade de participantes, seja pessoa física ou jurídica, hoje varia entre 18 e 25 pessoas por mês que colaboram com com valores entre R$15 e R$25.
Segundo Manu, que é proprietária de um Armazém repletos de ações sustentáveis em seu funcionamento, o Coletivo sonha com a destinação correta do lixo em toda a região do Nordeste Goiano, independente de qual via chegue, seja por iniciativa pública, privada ou qualquer outra que tenha essa visão, esse cuidado, esse olhar diante dos materiais recicláveis, uma vez que somos estimulados, por diversas formas, a consumirmos muito e diante disso nos chegam papel, plástico e alumínio em excesso, mas não chega a destinação desses produtos que ficam voando na rua e param no lixão que, em período de seca, acaba sofrendo queima e aumentando ainda mais a poluição.
Eles acreditam também num forte trabalho de educação com as crianças, pois entendem que o futuro de qualquer mudança de padrão acontece através delas e já pensam em seguir por esse caminho.
Como canta Raul Seixas: “sonho que se sonha só é só sonho, mas sonho que se sonha junto é realidade”.
E você, já cuidou do seu lixo hoje?
Texto e redação de Priscila Mayer, Escritora, Atriz, Contadora de Histórias, Produtora Cultural e Fonoaudióloga