Defesa de Mauro Cid protocola pedido de liberdade provisória
A solicitação ocorre após o ex-ajudante de ordens confirmar sua intenção de fechar um acordo de delação premiada, o que foi comunicado por Cid ao STF.
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), protocolou um pedido de liberdade provisória para o oficial do Exército no Supremo Tribunal Federal (STF). Cid encontra-se detido de forma preventiva desde maio deste ano.
Além das acusações de venda ilegal de joias recebidas por comitivas presidenciais, Cid é investigado por suposto envolvimento na tentativa de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela falsificação dos cartões de vacinação da família Bolsonaro.
A informação foi divulgada pelo advogado Cezar Bittencourt, que afirmou nesta sexta-feira (8) ter solicitado o "relaxamento da prisão" do tenente-coronel.
Na quinta-feira (7), a CNN confirmou que Cid pretende firmar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e informou sua intenção ao STF.
No dia anterior, o ex-ajudante de ordens compareceu à sede da Corte e foi recebido pelo juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A viabilidade da delação depende da homologação pelo ministro. A legislação que trata da colaboração premiada permite que a PF negocie acordos diretamente com o investigado, sem a necessidade de anuência do Ministério Público. Em 2018, o Supremo validou essa possibilidade de tratativas diretas entre a PF e os investigados.
Nos últimos dias do governo anterior, Cid tentou resgatar um conjunto de joias que o casal Michelle e Jair Bolsonaro havia recebido da Arábia Saudita. As joias foram retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Já em 2023, o ex-ajudante de ordens participou de um esquema para vender objetos de valor que Bolsonaro havia ganhado como presente durante seu mandato como chefe de Estado.
Outros dois personagens diretamente envolvidos no caso das joias e presentes de valor dados a Bolsonaro - Osmar Crivelatti e Mauro Lorena Cid - também estão em negociações para firmar acordos de colaboração premiada, conforme relatado anteriormente pela CNN.
A solicitação ocorre após o ex-ajudante de ordens confirmar sua intenção de fechar um acordo de delação premiada, o que foi comunicado por Cid ao Supremo Tribunal Federal.