Democracia em crise
O temor de uma grande crise e instabilidade política no Brasil
Tudo tem se tornado tão incerto e preocupante dentro do cenário eleitoral das eleições de 2022 que de certa forma gera um desconforto e instabilidade, até mesmo porque se alguém ousa expressar a sua opinião ou mesmo manifestar-se sobre as suas escolhas ou preferências dentro desse processo eleitoral, essa pessoa está correndo o grande risco de sofrer algum tipo de censura ou retaliação, porque a sua preferência vai em desencontro da preferência ou opção política do outro e muitas das vezes isso acaba causando certos impasses e até mesmo inimizades, uma vez que muitas pessoas não conseguem optar democraticamente por sua preferência sem ofender ou entender e aceitar que nem sempre as escolhas e preferências são iguais, a escolha é livre e deve ser respeitada, até mesmo porque isso faz parte do processo democrático.
É preocupante o que tem acontecido de um tempo para cá em nosso país, até mesmo se levarmos em conta e consideração os acontecimentos ocorridos a partir do ano de 2013, quando pessoas no Brasil inteiro se mobilizaram e começaram a fazer uma série de manifestações, aparentemente em primeiro momento por causa do aumento de R$ 0,25 centavos na passagem de ônibus urbano em uma grande metrópole do país. A questão aqui não é sobre as manifestações, pois elas são devidas e fazem parte de um direito fundamental, a questão é sobre a violência e intolerância que a partir de então foram manifestadas e evidenciadas nessas manifestações, é somente nos lembrarmos dos black bloc que agrediam, vandalizavam o patrimônio público e o patrimônio particular. Em 2013, o Brasil viu um tipo diferente de manifestantes surgirem nas ruas em protestos contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo. Com roupas escuras e rostos cobertos, eles ficaram marcados por ações virulentas, algo violentas. O adeptos da chamada tática black bloc quebraram vidraças de bancos, invadiram concessionárias de carros de luxo e literalmente partiram para cima da polícia quando esta reprimiu manifestações. São Paulo e o Brasil nunca tinha visto aquilo e, bem cedo, black bloc acabou virando sinônimo de vandalismo entre a população e na imprensa.
E para refrescarmos a nossa memória ainda mais, não podemos nos esquecer do cinegrafista da Rede Bandeirantes de Televisão Santiago Andrade, que foi morto de forma violenta em uma dessas manifestações, num confronto entre a polícia e os manifestantes na Central do Brasil, essa manifestação foi o estopim para que balas de borracha e explosivos começassem a ser atirados no local. Andrade teve o crânio afundado por um rojão e a cena foi registrada por outros cinegrafistas e fotógrafos.
No ano de 2018 um presidenciável foi gravemente ferido em uma manifestação política na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, O então candidato do PSL à presidência da República à época, Jair Bolsonaro, levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o feriu na barriga. O agressor foi preso.
Bolsonaro foi socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade. O hospital informou que ele deu entrada na emergência, por volta de 15h40, com "uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen". Segundo os médicos relataram na época desse acontecimento, Bolsonaro chegou com a pressão baixa por causa da perda de sangue.
O então candidato à presidência na eleição de 2022, teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas e terminou por volta das 19h40. Diante desse cenário tão triste e avassalador fica algumas dúvidas no ar, pois se eu não gosto de fulano e as suas ideias, projetos e opiniões políticas chocam com as minhas, então eu terei que agredir ou tentar eliminar o meu adversário político?
Isso na verdade é um sectarismo absurdo e exacerbado, onde parede que o que tem que prevalecer é a opinião de um determinado grupo em detrimento aos demais, é um proselitismo político onde as ideias e opiniões contrárias não podem permanecer e nem devem ser respeitadas, onde qualquer opinião ou manifestação de pensamento contrário devem ser combatidos, mesmo que para isso seja necessário usar a força, a violência nesse caso e nesse sentido é usada como imposição e defesa que apenas está certa e tida como válida a minha posição ou a ideia e pensamento político defendido pelo meu grupo.
Recentemente em alguns eventos de um determinado pré-candidato a presidência da República, a saber, Luís Inácio Lula da Silva, alguém fez questão de usar e lançar através de um drone um certo tipo de produto químico mal cheirosos e misturado com excrementos, isso na cidade de Uberlândia-MG. Em outro evento com a presença desse mesmo pré-candidato, em um jantar político, um indivíduo fez com que uma bomba explodisse no evento expelindo um forte odor de fezes e causando um grande mal estar e constrangimento a todas pessoas presentes no evento.
O preocupante diante de tudo isso é sobre que tem acontecido em várias nações do mundo como assassinatos de presidentes, primeiros-ministros, e outras autoridades políticas, como o que aconteceu no ano passado no Haiti, em que o presidente haitiano acabou sendo assassinado dentro do próprio Palácio Presidencial, mais tarde soube-se que Jovenel Moïse foi assassinado por tentar enviar aos EUA lista de pessoas influentes ligadas ao narcotráfico.
Segundo uma investigação do ‘The New York Times’, os assassinos de Jovenel Moïse retiraram vários documentos de seu quarto após matá-lo e ferirem gravemente a sua esposa e primeira dama do Haiti.
Preocupante é o que também aconteceu nesta sexta-feira (08 de julho) no Japão, onde o ex- primeiro ministro japonês foi assassinado em plena campanha eleitoral, Shinzo Abe, ex-primeiro-ministro do Japão, morreu após ser baleado durante discurso
O ex-premiê de 67 anos foi baleado enquanto fazia campanha em nome do Partido Liberal Democrata na cidade de Nara, perto de Kyoto.
As eleições para a Câmara Alta do país estão marcadas para domingo.
O atual primeiro-ministro japonês Fumio Kishida disse que o ataque foi “um ato desprezível e bárbaro que ocorreu em meio a uma eleição, que é a base da democracia”.
O incidente causou choque no Japão, um país onde a violência armada é extremamente rara. As regras de posse de armas são muito rígidas no país; revólveres são proibidos e qualquer pessoa que queira possuir um rifle de ar ou espingarda deve passar por um extenso treinamento e verificações.
Devemos sim ter o máximo de cuidado, cautela e preocupação, pois diante de tantos problemas e acontecimentos preocupantes em nosso país, essas questões já passam a ser uma questão de Segurança Nacional, levando em conta e consideração que o nosso país é um país diplomático e pacífico e diante disso a instabilidade política e esse notário pandemônio não podem prevalecer é nem mesmo macular o processo eleitoral.
Viva as ideias, viva as manifestações contrárias que mesmo sendo contrárias não são desprovidas do respectivo respeito e consideração aos que pensam diferente, viva a democracia!
Jornalista Renato Feitosa da Silva
DRT 0013454/DF