Em 2023, Goiás perdeu 1.570 pessoas em acidentes de trânsito
Entre 2018 e 2022, a região metropolitana de Goiânia registrou 1.420 óbitos no trânsito
Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás mostram que, em 2023, foram registradas 1.570 mortes decorrentes de acidentes de trânsito. Deste número, 253 foram em Goiânia, e até abril de 2024 foram 51 óbitos na capital goiana decorrentes de sinistros de trânsito. Vale destacar que, em abril deste ano, a Prefeitura de Goiânia deu início ao novo Plano de Mobilidade Urbana com intuito de reduzir o número de veículos individuais nas vias urbanas.
Em entrevista ao Jornal Opção, o especialista em mobilidade urbana Antenor Pinheiro conta que o número de acidentes fatais no trânsito (chamados de sinistros de trânsito) na região metropolitana de Goiânia está acima da média do estado, que por sua vez está acima da média nacional. “A União, articulada com os estados, articulada com os municípios, deve oferecer um conjunto de programas voltados exclusivamente para redução da mortalidade”, reforçou.
Antenor, que também é perito criminal da Polícia Científica de Goiás, traz dados do Plano de Desenvolvimento Integrado Urbano, levantamento (ainda não divulgado) feito pela UFG em parceria com o Governo de Goiás, abordando, entre outros temas, a violência no trânsito, para ilustrar. Entre 2018 e 2022, conforme afirma Antenor, “nós tivemos, nesses cinco anos, 714 na cidade de Goiânia contra 1420 na região metropolitana”. O especialista afirma que esse número, usando o comparativo com grupo de 100 mil habitantes (métrica utilizada pela OMS) está superior aos números de Goiás e do Brasil.
A principal medida apontada pelo especialista para combater esses números é a redução da velocidade nas vias das regiões metropolitanas e nas rodovias. “Enquanto a gente insistir em não moderar as velocidades rodoviárias e urbanas, nós vamos continuar colecionando esse número absurdo de sinistros de trânsito”, resumiu. Modificações na legislação, adaptações nas estruturas físicas das vias, reeducação da população e fiscalização mais presente são algumas possibilidades dadas pelo especialista.
Apesar do destaque às altas velocidades como causadores de óbitos e lesões graves, Antenor diz que “as causas (para o alto número de sinistros de trânsito) são muitas e elas têm que ser entendidas não como fatores pontuais, mas como fatores mais abrangentes”. O estímulo ao uso dos transportes individuais por parte de indústrias automobilísticas e do próprio estado, a ineficiência do transporte público coletivo, as legislações desatualizadas, a cultura geral da população, e até as dinâmicas de trabalho estabelecidas para entregadores são alguns dos pontos que influenciam no alto número de sinistralidade no trânsito.
Fonte: Jornal Opção