Inferno na Terra: A humilhante situação das mulheres que participaram dos atos no dia 08 de janeiro em prisão do DF

Fazer necessidades fisiológicas em público, banho usando sacola de supermercado, usar lençol porque não há roupas. Detentas bolsonaristas têm cotidiano desesperador.

Inferno na Terra: A humilhante situação das mulheres que participaram dos atos no dia 08 de janeiro em prisão do DF
Cela onde bolsonaristas estão presas no DF. As celas da penitenciária onde bolsonaristas estão presas no DF Créditos: DPU/Reprodução
Inferno na Terra: A humilhante situação das mulheres que participaram dos atos no dia 08 de janeiro em prisão do DF

Um relatório produzido pela Defensoria Pública da União (DPU) sobre as condições em que estão presos os bolsonaristas envolvidos nos atos antidemocráticos que destruíram as sedes dos três poderes, em Brasília, no dia 8 deste mês, e dos que participavam do acampamento  no QG do Exército, revela que há uma grande diferença entre o tratamento dado a homens e mulheres que seguem detidos em penitenciárias do Distrito Federal.

Elas vêm recebendo tratamento muito mais desumano e sem direitos mínimos se comparadas a eles. Um exemplo básico, apenas para ilustrar, é o fato de aos homens ter sido permitido continuarem com suas roupas pretas ou camufladas, usadas já antes de serem presos, enquanto elas foram obrigadas usar uniforme e sequer foi permitido que seguissem na posse de seus sutiãs.

O problema piora porque, segundo os relatos, apenas uma muda de roupas foi entregue às detentas. Por conta do calor, é preciso lavar as peças com certa frequência, o que as obriga a ficarem boa parte do tempo enroladas em lençóis por não terem o que vestir. A situação foi comprovada porque ocorria com várias das presas durante a visita dos defensores públicos da União à chamada ‘Colmeia’, a unidade prisional feminina do Complexo da Papuda.

Itens pessoais, como carteira, dinheiro, alianças ou brincos foram permitidos aos homens que participaram dos atos considerados golpistas que foram encaminhados à prisão, mas o mesmo não ocorre com as mulheres, que seguem apenas com a roupa do corpo fornecida pela administração penitenciária. Para piorar, na hora de tomarem banho, as detentas precisam usar sacolas plásticas, como as de supermercados, para poderem se higienizar, enchendo-as com água da torneira da cela.

Outra situação humilhante a que são submetidas é quanto ao banheiro. O vaso sanitário fica totalmente exposto numa área que dá acesso a um corredor, o que obriga as bolsonaristas a realizarem suas necessidades fisiológicas em público, na frente das companheiras de celas e de outras pessoas que passem pela área de circulação contígua ao cárcere.

Fonte: Revista Fórum