. O Acre e os Puyanawa: uma história de resistência

No final de julho, a comunidade recebeu 70 influenciadores digitais para mostrar suas histórias e compartilhar sua cultura vibrante.

. O Acre e os Puyanawa: uma história de resistência
A resistência e o avanço das atividades extrativistas: os Puyanawa

A Agência Brasil abre o campo de busca do Projeto Creators Academy em uma terra indígena no Acre, trazendo à tona a história de resistência dos Puyanawa e sua luta para resgatar sua cultura e proteger a Amazônia. Nas décadas passadas, a etnia havia sofrido opressão em decorrência do avanço das atividades extrativistas na região. No final de julho, a comunidade recebeu 70 influenciadores digitais para uma imersão promovida pelo projeto Creators Academy, como forma de dar visibilidade à causa indígena e seus modos de vida associados à preservação do meio ambiente.

Como outras etnias da Floresta Amazônica, o contato com os não-indígenas resultou em expropriação de terras, separações familiares, assassinatos e mortes decorrentes de doenças. Além disso, muitos foram obrigados a trabalhar nos seringais e proibidos de exercer seus costumes tradicionais, criando uma sobreposição com a cultura branca ocidental que ainda se reflete na sociedade local.

O cacique Joel Puyanawa conta que em 1983, quando começaram os primeiros trabalhos para o reconhecimento oficial dos Puyanawa, havia somente 16 falantes da língua. Joel e outros parentes lideraram então um trabalho na comunidade para restabelecer os laços quase perdidos, com o apoio de outros povos indígenas da região. Atualmente, o idioma é ensinado na educação pública e seu repertório de conhecimento sobre artesanato e medicinas ancestrais foi reconstituído.

O artesanato é considerado a identidade de um povo, e tem sido um dos principais aspectos do fortalecimento da cultura Puyanawa. Assim como outras mulheres e homens da comunidade, Valéria Puyanawa desenvolve uma variedade de mais de 35 itens, de vestuário, adornos e objetos de uso cerimonial. A produção de peças artesanais é controlada e somente os indígenas podem usá-la, como forma de desestimular a predação da fauna.

Além disso, a produção da farinha de mandioca também se tornou uma importante fonte de renda para a comunidade. Original do continente sul-americano e cultivada por povos originários há milhares de anos, a mandioca é o coração da alimentação dos Puyanawa.

A luta dos Puyanawa para resgatar sua cultura e proteger a Amazônia foi reconhecida e reforçada pelo Projeto Creators Academy, que os visitou para dar visibilidade à causa indígena e seus modos de vida associados à preservação do meio ambiente, em tempos de mudanças climáticas.