O desafio das cidades pertencentes ao Entorno do Distrito Federal

Os moradores das regiões próximas ao Distrito Federal sempre enfrentaram dificuldades quando se trata de se deslocar para a capital. É evidente que as cidades que pertencem ao DF sempre se destacaram em relação àquelas situadas no Entorno, principalmente as cidades do estado de Goiás. Ao longo da história, essas cidades periféricas sempre enfrentaram desafios no acesso aos serviços e oportunidades oferecidos pelo Distrito Federal.

O desafio das cidades pertencentes ao Entorno do Distrito Federal
Ao longo da história, as cidades do Entorno sempre enfrentaram desafios no acesso aos serviços e oportunidades oferecidos pelo Distrito Federal/Fotos: Jornalista Renato Feitosa

Os moradores das regiões próximas ao Distrito Federal sempre enfrentaram dificuldades quando se trata de se deslocar para a capital. É evidente que as cidades que pertencem ao DF e são conhecidas como regiões administrativas sempre se destacaram em relação àquelas situadas nos arredores, principalmente as cidades do estado de Goiás. Ao longo da história, essas cidades periféricas sempre enfrentaram problemas, principalmente relacionados à infraestrutura, empregos e transporte.


Embora tenha havido algumas mudanças recentes, as condições ainda não são tão favoráveis assim. Apesar de melhorias na educação e nas condições financeiras dos moradores do entorno, eles sempre estiveram um passo atrás em relação aos residentes do Distrito Federal, que sempre foram mais favorecidos.

Em tempos passados, os moradores do entorno enfrentavam dificuldades até mesmo para conseguirem empregos dentro do Distrito Federal, principalmente em Brasília, a capital do país. Muitas empresas se recusavam a contratar esses moradores alegando que o preço das passagens de ônibus do transporte coletivo interurbano era muito alto em relação aos preços cobrados no DF.

Essa situação não mudou muito, pois os custos continuam altos e, muitas vezes, os ônibus que levam os moradores do entorno a Brasília são velhos e precários. Dessa forma, a comunidade do entorno acaba sendo marginalizada, principalmente em algumas cidades onde a infraestrutura é menor e inadequada, como é o caso de Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas, entre outras.

Por exemplo, um morador da cidade de Formosa precisa desembolsar o valor de R$25 para pegar um ônibus até o Plano Piloto, em Brasília. Isso mesmo, R$25 somente para ir de Formosa a Brasília, e isso sem contar o valor mais alto que ele terá que pagar caso precise ir para outros pontos da cidade, onde terá que utilizar ônibus coletivos urbanos ou o metrô.

Infelizmente, os moradores do entorno enfrentam essas dificuldades e esperam que um dia tudo isso possa mudar. Eles desejam que as cidades conhecidas como cidades dormitórios possam oferecer condições para melhorar a vida de seus habitantes e que a dependência de empregos e financeira em relação à capital do Brasil seja minimizada.

É necessário que a população do entorno não seja mais estigmatizada em Brasília e em Goiás, pois essas são situações que precisam ser mudadas. Durante muito tempo, o povo do entorno sofreu com a discriminação e o preconceito, e, além disso, era visto somente como votos pelos políticos tanto do estado de Goiás quanto do Distrito Federal, especialmente durante as eleições. Esses políticos dependiam dos votos dos moradores do entorno, tanto aqueles que votavam no DF quanto aqueles que votavam no estado de Goiás.

Certamente, por muitos anos, a população do entorno clamou por ajuda, mas quantas vezes esse clamor foi ignorado? Quantas vezes foram deixados de lado, sem terem uma voz que expressasse suas demandas e seus pedidos em relação ao transporte, infraestrutura e saúde? É injusto não reconhecer que houve mudanças drásticas, mas ainda há muito a ser feito em prol dessa população. É necessário que suas condições de vida sejam transformadas e que eles possam desfrutar de melhor qualidade de vida e bem-estar.

Jornalista Renato Feitosa