Organização ligada ao PCC é alvo de operação em Goiás por movimentar R$ 5,5 bilhões ao enviar cocaína a cartéis mexicanos
Mandados de prisão e busca e apreensão também são cumpridos em outros seis estados brasileiros
Uma organização voltada ao narcotráfico, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (2), suspeita de movimentar R$ 5,5 bilhões com o tráfico internacional de drogas. Batizada de “Terra Fértil”, a ação ocorre simultaneamente em Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia, a fim de descapitalizar os criminosos.
Cerca de 280 policiais federais cumprem nove mandados de prisão preventiva e 80 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal da Comarca de Belo Horizonte. As investigações revelaram uma complexa engrenagem montada pelo grupo criminoso e a grande quantidade de indivíduos interconectados, sendo que alguns são membros do PCC.
Tráfico nas Américas
Um narcotraficante internacional, além de pessoas físicas e jurídicas associadas a ele, faziam parte de uma rede que cometia diversos delitos, com fim principal de ocultar e dissimular o patrimônio oriundo da prática dos crimes praticados, entre eles o tráfico internacional de drogas. O alvo da operação havia sido investigado anteriormente pela PF, e há suspeitas de que ele enviava cocaína para as Américas do Sul e Central, bem como para violentos cartéis mexicanos.
Durante as investigações, constatou-se que os envolvidos criavam empresas de fachada, sem vínculo de funcionários no sistema de Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e compravam imóveis e veículos de luxo para terceiros, assim como movimentavam grande quantia de valores, incompatíveis com o capital social das firmas. Os sócios das empresas geralmente não tinham vínculos empregatícios há anos. Alguns, inclusive, receberam auxílio emergencial.
A PF também descobriu que algumas das pessoas jurídicas investigadas efetuavam transações com companhias do ramo de criptomoedas e de atividades que não tinham relação com o ramo de negócios original das firmas de fachada, o que dá indícios de que os investimentos eram usados para mascarar a origem ilícita dos valores. A corporação estima que o montante ilegalmente movimentado pela organização criminosa tenha passado de R$ 5 bilhões, em pouco mais de cinco anos.
Fonte: Jornal Opção