Prefeito de Cabeceiras de Goiás afirma que Bolsonaro não foi vacinado no município
Segundo informações repassadas à imprensa, um militar havia acionado um parente que era médico no município, para que esse servidor assinasse um documento atestando que pessoas ligadas ao ex-presidente tinham sido vacinadas na cidade
Uma investigação foi deflagrada nesta quarta-feira, 03 de maio, onde foi feita a descoberta de cartões de vacinação falsificados, as autoridades apuraram que existem profissionais de saúde do município de Cabeceiras de Goiás, envolvidos no esquema de fraude.
De acordo com a Polícia Federal, foi criada uma estrutura organizada com o objetivo de beneficiar o ex-mandatário da República e seus auxiliares. O esquema de falsificação de cartões de vacinação fez com que policiais federais cumprissem mandados de busca e apreensão em duas residências na manhã desta quarta-feira, 3, segundo informações da colunista Malu Gaspar, do Jornal O Globo, as fraudes foram iniciadas em Goiás, mais precisamente na cidade de Cabeceiras. Apesar de registrado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o procedimento começou por intermedio de um médico no município, próximo a cidade de Formosa.
Ainda na data desta quarta-feira, O prefeito de Cabeceiras,Tuta, afirmou que vai apurar a conduta do médico do município que segundo o que foi denunciado pela imprensa, está envolvido no esquema de fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e assessores. O prefeito disse que as pessoas que foram apontadas como alvos da investigação da Polícia Federal não foram imunizadas no município goiano.
Na manhã desta quarta-feira a Polícia Federal além de haver cumprido mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, em Brasília e no Rio de Janeiro, efetuou seis prisões, entre elas a do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxliar de ordens do ex-presidente.
Nesta quarta-feira pela tarde, a equipe do veículo de comunicação do Mais Goiás esteve na cidade de Cabeceiras e entrevistou profissionais de saúde, além do prefeito. De acordo com o que foi noticiado,todos entrevistados garantiram que nenhum membro da família de Jair Messias Bolsonaro ou seus assessores foram vacinados no município.
"Não tem registro nenhum aqui. Já consultamos nossos relatórios. O município está isento disso, agora vamos apurar a responsabilidade do médico. Vamos abrir um processo administrativo. Nossa equipe jurídica já está cuidando disso, pois a atitude desse profissional acaba prejudicando todos da área da saúde", informou Tuta ao Mais Goiás.
O médico que atuava em no município de Cabeceiras é sobrinho do sargento Luiz Marcos dos Reis ,que prestava serviços no Palácio do Planalto e que era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid, que foi preso na manhã de hoje na operação realizada pela Polícia Federal, o médico do município goiano foi acionado pelo tio para operar o delito, classificado como crime previsto no artigo 268 do Código Penal.
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
Segundo apuração, o médico Farley Vinicius Alcântara, foi responsável por fornecer um documento assinado e carimbado em que atestava que a mulher de Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, havia se vacinado contra a Covid-19, em Cabeceiras de Goiás.
A coordenadora de atenção básica da Saúde do município, Regina Justo da Silva, explica que Farley atuou no município entre entre os anos de 2018 e 2021, sempre como plantonista e nos fins de semana. Segundo Regina, o médico, como qualquer outro profissional de saúde, tinha acesso aos cartões de vacina e demais documentos relacionados à imunização.
A equipe de saúde acredita que o médico tenha se aproveitado do acesso à sala de vacinação do hospital municipal, quando dava plantão, para se apropriar ilegalmente do material que seria usado na falsificação dos cartões.
— Isso tudo foi feito sem qualquer conhecimento das equipes de saúde. É muito triste para a nossa cidade, isso, pois algo feito por um profissional mal intencionado acaba manchando nossa imagem — diz.
Documento enviado
Documento mostra ainda que Reis teria enviado o PDF “Cartão arquivo de vacinação” para Cid, às 19h11 de 21 de novembro de 2021. O PDF informa que Gabriela teria sido vacinada com duas doses contra a Covid-19 do laboratório Biotech (Pfizer), em 17 de agosto e em 9 de novembro daquele mesmo ano, nas unidades básicas de saúde de Cabeceiras.
Como publicado pela colunista Malu Gaspar, o mesmo mecanismo se estendeu a Bolsonaro e familiares. Com os documentos, houve a tentativa de registrar as informações no Sistema Único de Saúde, por meio de computadores ligados à Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para que elas pudessem ser consideradas oficiais. Assim, o ex-presidente, seus parentes e familiares conseguiriam, por exemplo, realizar viagens internacionais a países que exigiam a imunização contra Covid na entrada.
Como o lote de vacinas informado havia sido enviado para Goiás, o sistema rejeitou os dados. Foi necessário então que se conseguisse outro número de lotes do Rio para que o registro fosse confirmado.
As Informações foram extráidas do Site Mais Goiás