Terras raras: Governo de Goiás fecha investimentos de R$ 2,5 bi
Comissão goiana visitou laboratório da empresa no Chile, que já investe bilhões em mineração no Estado
O município de Nova Roma, situado no Nordeste Goiano e com uma população de pouco mais de 3 mil habitantes, ganhou recentemente destaque ao despertar o interesse de uma multinacional, voltada para a mineração. Trata-se da Aclara Resources, que voltou sua atenção para a região após a descoberta de depósitos de terras raras, minério até então mais associado a países como China e Austrália.
A descoberta no município gerou uma proposta de investimento expressiva de cerca de R$ 2,5 bilhões para o processamento desses elementos raros na natureza. Esse investimento foi revelado por Joel de Sant’Anna Braga Filho, secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços.
“A pauta da descarbonização e da energia limpa têm impulsionado um movimento importante de sustentabilidade ambiental e um dos reflexos já sentidos é o aumento da produção de carros elétricos. Das terras raras pode-se extrair elementos imprescindíveis para a transição energética, o que atende a crescente demanda mundial por carros elétricos”, disse na ocasião, o secretário.
Com atuação no Chile, tanto ele quanto a secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, visitaram o laboratório da Aclara em Concepción. O objetivo principal foi verificar os testes já em andamento com as terras raras de Nova Roma e discutir o licenciamento ambiental. “Acompanhamos o processo de extração e recebemos notícias promissoras. Para se ter uma ideia, apenas 1kg dessa terra rara tem potencial para chegar no mercado mundial com valores que podem variar de mil a cinco mil dólares”, detalha Joel de Sant’Anna. Atualmente, a Aclara já atua no município de Mara Rosa, com projeto aurífero e investimento de R$ 1 bilhão.
O secretário enfatizou que, além de Nova Roma, depósitos de terras raras também foram identificados em Minaçu e Iporá, porém, a particularidade do último município reside no uso desses elementos nas fábricas de motores que estão sendo estabelecidas no estado, como a WeiChai, gigante chinesa que recentemente começou a operar em Itumbiara, e a CAOA, que em parceria com a Chery fábrica veículos eletrificados.
Sustentabilidade ambiental
A sustentabilidade ambiental é um aspecto primordial nesse cenário, destacou o titular da SIC. Segundo ele, tanto as mineradoras quanto o governo estadual de Goiás estão alinhados com a preservação ambiental, o que reflete em uma das legislações mais rigorosas do país nesse sentido.
“É orientação do governador Ronaldo Caiado que o desenvolvimento econômico e a geração de empregos andem em parceria com a preservação dos nossos recursos naturais e também com as necessidades sociais, de modo a eliminar as desigualdades regionais que perduraram há anos no nosso estado”, acentuou. “Isto é responsabilidade socioambiental,” arrematou.
O CEO da empresa peruana, Ramon Barua Costa, destacou em uma entrevista recente ao portal Brasil Mineral que a mineradora tem adotado um processo metalúrgico no Chile visando minimizar ao máximo o impacto ambiental. Medidas como a eliminação do uso de explosivos e a redução do consumo de energia em etapas como britagem e moagem são algumas das estratégias apontadas. Além disso, está prevista a instalação de uma planta de tratamento de água em Nova Roma, o que vai garantir recirculação com uma eficiência de 95%, o que significa um consumo de água extremamente baixo.
Fonte: Jornal Opção