URGENTE: OMS declara varíola dos macacos uma doença de emergência global
Declaração serve principalmente como um apelo para atrair mais recursos e atenção para o surto, exigindo uma resposta global coordenada
Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou neste sábado (23) que a expansão do surto de varíola dos macacos em mais de 70 países é uma situação “extraordinária” que agora se qualifica como uma emergência global. A declaração deve estimular mais investimentos no tratamento da doença e piorar a corrida por vacinas – por ora, escassas.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, há hoje mais de 16 mil casos da doença em 75 países e territórios analisados, bem como cinco mortes.
A avaliação da OMS é que o risco de varíola dos macacos é moderado globalmente, exceto na Europa, onde a Organização vê o risco como alto. “Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, via novos meios de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, disse Ghebreyesus.
A declaração de emergência global serve principalmente como um apelo para atrair mais recursos e atenção para o surto, exigindo uma resposta global coordenada.
A OMS já havia declarado emergências para crises de saúde pública, como a pandemia de covid-19, o surto de ebola na África em 2014, o vírus zika na América Latina, em 2016, e o esforço contínuo para erradicar a pólio.
Segundo o diretor-geral da OMS, somente metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos tem acesso garantido às vacinas.
Já o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, diz que ser vacinado não dá proteção instantânea contra a doença.
Fatores levados em conta
Tedros afirmou que foi obrigado a considerar cinco fatores para tomar a decisão, levando em conta o Regulamento Sanitário Internacional.
as informações fornecidas pelos países – neste caso, o vírus se espalhou mais rapidamente que o previsto em alguns deles; os três critérios para declarar uma emergência de saúde pública de interesse internacional, que foram atendidos; o parecer do Comitê de Emergência, que não chegou a um consenso; princípios científicos, evidências e outras informações relevantes – que atualmente são insuficientes e deixam muitas incógnitas; o risco para a saúde humana, disseminação internacional e o potencial de interferência no tráfego internacional.
‘Estratégias certas nos grupos certos’
“Embora eu esteja declarando uma emergência de saúde pública de interesse internacional, no momento este é um surto que se concentra entre homens que fazem sexo com homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros sexuais. Isso significa que este é um surto que pode ser interrompido com as estratégias certas nos grupos certos”, disse Tedros.
O diretor-geral da OMS apontou a importância que todos os países trabalhem em estreita colaboração com as comunidades de homens que fazem sexo com homens para projetar e fornecer informações e serviços eficazes e adotar medidas que protejam a saúde, os direitos humanos e a dignidade das comunidades afetadas.
Estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus. Além de nossas recomendações aos países, também peço às organizações da sociedade civil, incluindo aquelas com experiência no trabalho com pessoas vivendo com HIV, que trabalhem conosco no combate ao estigma e à discriminação”.
Sintomas
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser:
febre
dor de cabeça
dores musculares
dor nas costas
gânglios (linfonodos) inchados
calafrios
exaustão
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
Como se proteger
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
"Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças", disse a agência.
Fontes: Bloomberg Línea
G1