Vamos a lugares onde ninguém nunca foi", diz Biden após 1ª imagem do Webb
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden revelou a foto ao lado do administrador da Nasa, Bill Nelson. Biden elogiou o projeto: "É surpreendente para mim ver essa tecnologia"
"Vamos a lugares onde ninguém nunca foi", disse o presidente Joe Biden ao anunciar a primeira imagem do telescópio James Webb, divulgada nesta segunda-feira (11/07). Ansiosamente aguardadas pela comunidade científica — e entusiastas do tema —, a liberação da foto pode mudar o entendimento do espaço. A imagem é um registro da região mais profunda já observada do universo pelos humanos, trata-se do aglomerado de galáxias SMACS 0723.
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden revelou a captação ao lado do administrador da Nasa, Bill Nelson, em um evento na Casa Branca. Biden elogiou o projeto: "É surpreendente para mim ver essa tecnologia. Observar de onde as estrelas nasceram. Quando essa imagem for divulgada ao mundo será um grande passo para a humanidade".
Ele ainda completou: "Não existe nada além da nossa capacidade. Nós vamos para lugares onde ninguém nunca foi antes. A América é comandada por uma palavra: possibilidade". No twitter, o presidente dos Estados Unidos disse que a imagem representa um momento histórico para a ciência, tecnologia, astronomia e exploração espacial.
O telescópio James Webb, lançado ao espaço no dia 25 de dezembro de 2021, consegue captar informações nos espectros da luz vermelha, infravermelha próxima e infravermelha média. Toda a expectativa em torno do telescópio está, portanto, na possibilidade de observar elementos distantes do Universo, e entender a origem de estrelas, galáxias e buracos negros.
Na prática, o que se vê na imagem divulgada nesta segunda-feira (11/07) é o aglomerado de galáxias SMACS 0723. Ele é conhecido por sua massa, com sua galáxia central pesando 358 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. O SMACS 0723 está localizado a 4,2 bilhões de anos-luz de distância e sua enorme massa distorce o espaço-tempo, agindo como uma lente gravitacional que amplia galáxias ao fundo que são muito mais fracas e muito mais distantes.
O aglomerado de galáxias SMACS 0723 tem o tamanho de um grão de areia. "Esta fatia do vasto universo cobre um pedaço de céu aproximadamente do tamanho de um grão de areia segurado no comprimento de um braço por alguém no chão", informou a Nasa em comunicado de divulgação da imagem, que é o registro no espectro infravermelho mais nítido e profundo do universo distante.
Webb captou imagens de cinco focos espaciais.
James Webb(foto: Reprodução
As fotografias que serão conhecidas nesta terça-feira (12/7) não foram tiradas a esmo. Os cientistas da Nasa escolheram cinco alvos espaciais que possuem indicadores para prover novas descobertas sobre o Universo.
O primeiro local é a Nebulosa de Eta Carinae, uma das maiores e mais brilhantes do céu. Essa nebulosa é um berçário estelar, entre seus tufos e nuvens nascem novas estrelas. Ela está localizada a 7.500 anos-luz da Terra.
Outra nebulosa que também será revelada é a NGC 3132: Nebulosa do Anel do Sul, a cerca de 2.000 anos-luz de distância. Ela é uma concha de gás em expansão de um sistema estelar binário onde uma estrela perdeu seu envelope gasoso e se transformou em uma anã branca.
O terceiro foco é o exoplaneta WASP-96b. O JWST apenas pegará um espectro dele, para entender em detalhes a composição de sua atmosfera. Este mundo distante está localizado a 1.150 anos-luz da Terra. Tem a metade da massa de Júpiter, mas orbita sua estrela em apenas 3,4 dias. Em 2018, foi determinado que este era o primeiro exoplaneta sem nuvens.
Um pouco mais distante, o Quinteto de Stephen, um dos mais antigos grupos compactos de galáxias conhecidas, também será revelado. Elas interagem umas com as outras há eras criando estruturas cheias de atividade cósmica. As galáxias estão localizadas a 290 milhões de anos-luz de distância.
Por último, o SMACS 0723, um aglomerado de galáxias conhecido por sua massa, com sua galáxia central pesando 358 bilhões de vezes a massa do nosso Sol. Ele está localizado a 4,2 bilhões de anos-luz de distância e sua enorme massa distorce o espaço-tempo, agindo como uma lente gravitacional que amplia galáxias ao fundo que são muito mais fracas e muito mais distantes.
Fonte: Correio Braziliense